sábado, 26 de março de 2016

Sobre dia 08 de Março e Sapatos Vermelhos- Voz de Cibele Mateus

Meu divino Espírito Santo                                
Divino consolador
Consolai a minha alma
Quando deste mundo eu for

Terezinha Terezinha
Terezinha de Jesus
Na hora da sua morte
Terezinha acende a luz  

Pela rua da amargura 
Sangue aqui escorreu
O céu se cobriu de luto
A filha de Deus morreu

Cada passo ajoelhava
Com seus bracinhos abertos
E vossa mãe lhe dizia

Filha chegue para perto

Não chore estrela, não chora
Que ainda hoje estou contigo
Só chores quando me vê

Nas ondas do mar perdido.
Foto: Barbara Morais

Somos nós, Patrícia, Cristiane, Valquíria, Cibele, Silmara, Cíntia, Tatiane, Bárbara, Maria... Marias, inúmeras mulheres de sapatos vermelhos.

E se um dia uma de minhas irmãs não voltar pra casa? E se eu não mais voltar?

Morrer pelo simples fato de ser mulher – Feminicídio.

Irmãs, irmãs, irmãs!

Eu ouço as suas vozes...

Eu hoje ganhei a minha própria voz e grito cantando.  

Sapatos vermelhos – um grito pelas filhas, irmãs, mães que não puderam voltar para casa.
Pelo direito de andar por qualquer parte, em qualquer hora do dia, com a roupa que eu quiser, sem ter de carregar pedra no bolso, arrastar pedaços de pau. Armas pra me defender de... Um possível ataque.

Choremos as mortes de milhares de mulheres, clamamos pelo direito de ir e vir, de ser o que somos. Gritamos por justiça e paz na cidade de Juarez, no Brasil e em todo mundo. Liberdade a nós mulheres.

Cibele Mateus, atriz e dançarina da Cia. As Marias
 

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